05/12/2009

exógeno

Não que eu queira ultrapassar a barreira, o fato é que não me contento com pouco.
Pouco remete à resto,
Um resto similar à agua da chuva que se aloja em buracos do asfalto depois da tempestade.
Prefiro me ariscar entre os raios e trovões, ouvir os estrondos e seus flashs, ver a expressão dos que correm com medo de se molhar, como se a chuva fosse diluir suas roupas até chegar ao cérebro, corroendo partícula-por-partícula, sem restar unha sequer.
Se quem tá na chuva é pra se molhar, não me escondo, me ensopo, rodopio e até danço, sem pressa, pois no final sei que tudo vai acabar.
Tempestade vem, mas passa.
Ai sim, sento-me em um canto qualquer, acendo meu cigarro e aclamo ao arco íris.

3 comentários:

eloiza. disse...

adorei a parte dos rodopios e dançar na chuva, e claro. a fumada do final. voce é meu orgulho, eu amo seus textos

Unknown disse...

nunca se contente, nem com pouco e nem com muito, a vida é descobrir

Ângela disse...

tua cara! tua face limpa se mostrandoa quem quiser bater ou afagar. Poucas palavras mas gostei, não sei se bonitas por serem verdadeiras ou verdadeiras por serem belas.