31/07/2010

metropole 1#

Dizer que ando meio sem tempo não cairia bem, já que meus compromissos diários é tão somente lembrar de arrumar a cama.
Porém não pude deixar de perceber a forma turbulenta como meus pensamentos tomaram conta de todo esse (meu) mundo.
Sei que toda essa cidade faz parte de mim, com essas buzinas e freiadas, barulho de avião chegando, e os milhares de ruídos que a janela deixa entrar. Sei também que não saberia viver sem os finais de semanas volumosos, repleto das gargalhadas regadas a álcool, das malicias e todos esses anseios aleatórios, que todos nós sabemos não ser difícil de se encontrar.
Mas já se tornou algo involuntário essa bolha que insiste em me envolver, e confesso que força para estoura-la até tenho, o que me falta é a vontade pra me desfazer desse submundo tão lindo que vi chegar, já que pra mim sempre foi difícil encaixar situações e saber dar sequências.
Toda essa cidade já me soa em abstrato.
E talvez eu goste disso..
G.N.

23/07/2010

catalogo

Te peço humildemente que me quebre esse espelho.
Foi com ele que aprendi a ilusão!
Juntei com o corretivo, base e pó
e em dois minutos cubro todas essas impurezas
Mascara para os cilios, lápis, e blush
Boca falsa que tem o peso do valor do batom novo do catalogo
E esses olhos então: só existem para ganhar sombras e delineador;
Mais meia hora de escova e chapinha
Spray nas axilas
punhos e atraz das orelhas.
Pronto! Feita metade mulher, e outra metade comprada em qualquer loja de cosméticos.
G.N.

22/07/2010

Pudera eu culpar o café por toda essa insônia e os milhões de pensamentos que rolam a cada segundo em minha imaginação.
Pudera eu deixar de imaginar o inexistente; ou ao menos saber interpreta-los.
G.N.